sábado, 5 de fevereiro de 2011

DE VOLTA AO HAITI: A MISSÃO


Domingo último, dia 30/01/2011, Cal, nosso avetiano n° 1, informou que seu filho, Juninho, retornará ao Haiti no próximo dia 08/02/2011 para, juntamente com outros destemidos e abnegados militares do exército brasileiro, dar continuidade à Missão das Nações Unidas para Estabilização daquele país. Juninho que nos dá o prestígio de fazer parte da AVET, sendo sócio de efetiva participação.
Daqui deste espaço, os avetianos desejam que nessa nova empreitada Juninho obtenha o mesmo êxito da missão anterior e que, daqui a oito meses, retorne em paz e com saúde para sua família e para nosso convívio.
Aproveito para, com base em reportagens e escritos "pescados" na internet, dizer um pouco desse sofrido País.
- O Haiti já foi uma próspera colônia francesa no século XVIII, quando exportava açucar, cacau e café. A língua oficial é o francês e o crioulo. Declarou independência da França em 1804, mas essa independência só foi reconhecida 25 anos depois. Foi o 1° país do mundo a abolir a escravidão e o 2° das Américas a se tornar independente. Por sua ousadia em querer ser independente, ficou sob bloqueio comercial por 60 anos. Esse bloqueio só foi levantado quando, cercado militarmente pelos franceses, assinou acordo comprometendo-se em pagar uma indenização de 150 milhões de francos, exaurindo a economia daquele país. De 1915 a 1934 os EUA ocuparam o país, sob o pretexto de proteger interesses americanos (como ocorreu no Vietnã, e como é o caso atualmente do Afeganistão, do Iraque...). De 1957 a 1971 teve como presidente François Duvalier, o Papa Doc, que, apoiado pelos EUA, instaurou uma feroz ditadura, sendo substituído em 1971 pelo filho, Baby Doc. Este, por sua vez, enfrentando protestos populares, fugiu com a família para a França em 1986. Pode-se dizer que o Haiti sempre foi um país conturbado, seja pelas questões político-sociais, seja pelos eventos naturais.
Em 12 de janeiro de 2010, um dia fatídico na história da humanidade, o Haiti foi atingido por um grande terremoto. A VEJA, na retrospectiva de 2010, de 29/12/10, afirmou que poucos países no mundo estariam preparados para um fenômeno daquele porte. Mas nenhum estava tão despreparado como o Haiti. Foram 230.000 mortos, 300.000 feridos, um milhão de desabrigados. As instituições já quase inexistentes ruíram com o palácio presidencial. A grande humanitária Zilda Arns, em visita o país, pereceu como tantas outras vítimas, inclusive militares brasileiros.
Em 14/01/2010, Manuel Halpern escreveu que o Haiti é o país mas azarado do mundo. Nos anos anos 9o Caetano e Gil serviram-se de uma outra tragédia naquele país para falar da miséria no Brasil. De forma inteligente e irônica, a música de Caetano e Gil, "Pense no Haiti, reze pelo Haiti", fala do próprio Brasil. Nos anos 90, corria uma campanha de ajuda humanitária ao Haiti em virtude das consequências de um furacão desvatador. A dupla quis chamar a atenção para o absurdo de se ajudar o Haiti perante a miséria que se vive/vivia no Brasil. Por isso cantou "o Haiti é aqui, o Haiti não é aqui". A verdade é que perante o tremor de terra, o minuto maldito em que a terra quase engoliu um país, a miséria haitiana foi incomparável. E foi e é bem vinda toda ajuda, seja do Brasil ou da Somália.
A letra da dupla baiana, porém, tem alguns pontos que aproximam o Brasil do Haiti:
"De ladrões mulatos e outros quase brancos/Tratados como pretos
Só prá mostrar aos outros quase pretos/(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos/Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres
São tratados"

A sociedade haitiana não tem recursos organizacionais em nenhuma esfera e não existe ajuda internacional que resolva isso.
Gradualmente fora do centro das atenções, como é natural, o Haiti só voltou a ser notícia por causa de um surto de cólera, doença transmitida por soldados do Nepal que fazem parte da missão de paz.

Que o avetiano, o cidadão e o militar Juninho, juntamente com os demais brasileiros e outros que fazem a força de paz possam dar um pouco de esperança para o sofrido povo haitiano.

Postado por Ari 53, com base em VEJA de 29/12/2010(terremoto/coléra); em pesquisa na internet: Wikipedia(História/Polícita) e no texto de Manuel Halpern, de 14.01.2010 (música "O Haiti não é Aqui", de Caetano e Gil)
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A AVET – ASSOCIAÇÃO DE VETERANOS DA TORRE, criada oficialmente em 02 de agosto de 2007 é o resultado do anseio dos peladeiros que iniciaram a prática do futebol de veteranos no antigo estádio o “Trigueirão”. Seu mentor é Renato Simão, o Cabral, que incentivou e levou adiante a idéia da AVET, que hoje é uma realidade. A AVET também é conhecida como Pelada José “Longa” Gonzaga, em homenagem ao símbolo do peladeiro e amante do futebol amador da Torre. A AVET é o mecanismo legal criado pelos abnegados do futebol amador da Torre e outros que se juntaram e estão se juntando à nossa causa visando adquirir um espaço próprio para a prática do nosso futebol.

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